RIO - O único acesso ao Cristo Redentor para turistas, a Estrada das Paineiras, subida pelo Cosme Velho, será reaberto normalmente nesta quinta-feira, após permanecer toda a quarta interditado por servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Cerca de 17 funcionários fizeram uma barreira humana no local. Os grevistas também fecharam a entrada de três parques nacionais no estado: Serra dos Órgãos, Itatiaia e Bocaina. Eles pediam a reestruturação da carreira de especialista em meio ambiente.
No acesso ao Corcovado, alguns turistas que vieram de táxis e carros tiveram que adiar o passeio ao mais famoso cartão postal da cidade. Vans de turismo nem chegaram a subir, porque os operadores foram avisados do protesto com antecedência. Os outros acessos ao monumento estão fechados desde o temporal que atingiu a cidade no mês passado.
De acordo com os manifestantes, eles só não fecharam também o Parque Nacional da Tijuca por falta de pessoal. No local, os grevistas colocaram uma faixa de protesto, mas não impediram a entrada de visitantes. Nesta quarta-feira, o Superior Tribunal de Justiça considerou que a greve, iniciada em abril, não é abusiva . A Corte determinou, no entanto, que todos os servidores dos setores de fiscalização e licenciamento retornassem ao trabalho, pois essas áreas foram consideradas serviços essenciais - portanto, não poderiam ter suas atividades paralisadas.
Os grevistas pedem acréscimo de 10% do salário para trabalhadores em locais isolados e de difícil acesso, como a Amazônia, de 20% para quem trabalha em áreas de risco, e adicional para quem tem especialização (10%), mestrado (20%) e doutorado (30%). No Rio, 180 servidores participam da paralisação.
Presidente da ABIH critica fechamento de atrações
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado do Rio de Janeiro (ABIH-RJ), Alfredo Lopes, manifestou, em nota, "sua indignação" com o fechamento das atrações turísticas. Ele ressalta que a manifestação acontece logo após os prejuízos causados pelas chuvas que interditaram os acessos ao Corcovado no início de abril. Alfredo Lopes declarou que respeita o direito dos trabalhadores lutarem pelos seus direitos, mas acredita que o bom funcionamento da atividade turística no estado não pode ser prejudicado.
"Mal normalizamos os acessos prejudicados por um desastre natural, não podemos permitir que uma insatisfação pontual de um grupo de trabalhadores feche um dos nossos principais ponto turísticos. O turista não pode pagar por isso", disse o presidente da ABIH.
Fonte: O GLOBO
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