quarta-feira, 12 de maio de 2010

Mancha de petróleo se espalha a oeste; BP tenta outra 'tampa'

10 de maio de 2010 | 19h 56


A empresa British Petroleum disse nesta segunda-feira que fará outra tentativa de tapar o vazamento de petróleo no leito do Golfo do México, desta vez com um funil muito menor do que o usado anteriormente sem sucesso. Enquanto isso, uma enorme mancha de óleo ameaça a costa da Louisiana a oeste do Delta do Mississippi.

A BP agora pretende colocar uma "cartola" relativamente pequena sobre o poço. A tentativa do fim de semana, usando uma peça metálica da altura de quatro andares, foi inviabilizada por causa da formação de
hidratos cristalizados de gás no interior da estrutura, cerca de 1.600 metros abaixo da superfície.

O fracasso da operação ampliou os temores quanto a um desastre econômico e ambiental na costa do Golfo, depois da explosão da plataforma de exploração Deepwater Horzon, a serviço da BP, em 20 de abril, num acidente que deixou 11 mortos.

O novo plano é colocar um recipiente do tamanho de um barril de petróleo sobre o vazamento, a partir do qual o material seria bombeado para a superfície. Tony Hayward, executivo-chefe da BP, disse que a
instalação deve levar três dias.

"Haverá menos água do mar no domo menor e, portanto, menos probabilidade da formação de hidratos", disse ele a jornalistas na sede norte-americana da empresa, em Houston.

Os hidratos, essencialmente gás metano semicongelado até a consistência de lama, entupiram o topo do domo maior, impedindo que o petróleo fosse bombeado até a superfície.

O poço jorra cerca de 800 mil litros de petróleo por dia no mar, formando uma mancha que agora deve se difundir para oeste, ameaçando áreas com grande atividade de pesca e coleta de camarões, ostras, caranguejos e lagostas. Até os canais de navegação na costa da Louisiana estão ameaçados. Praias e reservas naturais de quatro Estados da costa sul dos EUA também correm perigo.

A BP disse que está tendo relativo sucesso com a tática de usar aviões para jogar dispersantes químicos sobre a mancha de óleo. Além de colocar a "cartola" sobre o poço, a empresa cogita também tentar tapá-lo com borracha e outros materiais, ou instalar uma nova válvula de contenção.

Um poço auxiliar está sendo cavado para tentar a partir dele consertar o poço danificado, mas essa obra pode levar mais 75 a 80 dias.

A empresa já gastou 350 milhões de dólares nessa operação e em indenizações aos Estados da costa sul dos EUA, e isso indica que a conta final pode ficar bem acima do que previam os analistas.

(Reportagem adicional de Anna Driver, em Houston; de Pascal Fletcher, em Miami; de Kelli Dugan e Verna Gates, em Mobile, Alabama; de Steve Gorman e Verna Gates, em Dauphin Island, Alabama; de Tom Bergin, em Londres; e de Haitham Haddadin, em Nova York)

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