domingo, 13 de dezembro de 2009

Produção de água está no limite em 2/3 das cidades


Dois terços das cidades brasileiras operam no limite da capacidade de fornecimento de água. A expectativa, de acordo com a ANA (Agência Nacional das Águas), é de um colapso no abastecimento caso não sejam realizados investimentos em ampliação e adequação das instalações que existem hoje.


Para garantir a oferta de água, as concessionárias do setor de saneamento e as esferas públicas federal, municipal e estadual deverão investir cerca de R$ 18,2 bilhões até 2015, indica levantamento da agência.

O valor não inclui investimentos em sistemas de esgoto que, segundo a ANA, aumentaria os gastos no setor para algo em torno de R$ 41,1 bilhões.

O colapso no abastecimento de dois terços dos municípios do país, segundo as previsões da agência reguladora, pode ocorrer às vésperas da Olimpíada de 2016, que ocorrerá no Rio de Janeiro, e logo depois da Copa do Mundo de Futebol, que será no Brasil em 2014.

O mapa das condições dos mananciais e dos sistemas de produção de água fazem parte do Atlas do Abastecimento Urbano de Água, coordenado pela ANA e realizado em 2.965 cidades brasileiras. O estudo mostrou que 64% das cidades (1.896 municípios) operam com sobrecarga e necessitam de investimentos em caráter de urgência para evitar o colapso.

Dos R$ 18,2 bilhões necessários em investimentos, aproximadamente R$ 15,7 bilhões devem ter como destino os mananciais e os sistemas de produção de 752 municípios com mais de 50 mil habitantes.

Outros R$ 2,5 bilhões seriam aplicados em 1.144 municípios com até 50 mil habitantes, disse o presidente da ANA, José Machado. Uma população de 100 milhões de habitantes será diretamente beneficiada com a aplicação dos recursos.

Segundo Machado, os maiores problemas apontados pelo estudo foram identificados nas regiões metropolitanas, com 286 dos 430 municípios apresentando problemas. "Isso representa 66% dos municípios pesquisados, e um total de R$ 12 bilhões a serem investidos", afirmou o presidente da ANA.

Ele ressalta a importância, também, de se investir nos sistemas de esgotos. "Para melhorar a captação de água é fundamental que invistamos também em sistemas de esgotos, de forma a evitar a contaminação. Isso representaria mais R$ 23 bilhões em investimentos, a serem destinados a 1.517 municípios, e totaliza um montante de R$ 41,1 bilhões a serem investidos", afirmou Machado.

O presidente da agência reconhece as necessidades de investimento são gigantescas e que o setor tem um histórico de despreparo em fazer projetos e obter financiamentos para garantir a execução das obras.

Ele defende que, para a concretização destes investimentos, deve haver a articulação entre as várias esferas de governo, organizações e agências públicas e privadas.

Fonte: Manchetes Socioambientais / Folha de S.Paulo

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