Líderes de cem países já confirmaram presença para a cúpula climática da Organização das Nações Unidas, que vai acontecer na próxima segunda, 7, em Copenhague. A discussão vai focar na redução das emissões de CO2, que segundo os ambientalistas, é o principal causador do aquecimento. Esta afirmação, no entanto, pode estar errada e os líderes mundiais podem ir a caminho de Copenhague com dados falsos.
Emails vazados mostram que o cientista Philip Jones, da Unidade de Pesquisa de Clima da University of East Anglia, retinha dados de suas pesquisas, e supostamente os manipulava para sustentar sua visão de que o aquecimento global é causado por mãos humanas. Jones – que se afastou do cargo em meio à crise que ganhou o apelido de “Climategate” – trocou mensagens eletrônicas com cientistas responsáveis por dois dos quatro índices nos quais a ONU se baseia para montar seu programa de mudança climática e também com o braço direito do ex-vice-presidente norte-americano Al Gore.
Entre os especialistas, a própria existência do aquecimento global é uma incerteza. O professor de Dinâmica do Clima na Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Molion é enfático: “o aquecimento é um mito. Todos os dados que temos apontam para um resfriamento nos próximos 20 anos”. Molion é também contra a conferência de Copenhague. Para ele, não passa de uma plataforma política, sem lugar para ciência.
O professor explica que os fluxos naturais de CO2 entre os oceanos, solos e vegetação somam 200 bilhões de toneladas por ano, com variação de 40 bilhões de toneladas a mais ou a menos. O homem, segundo ele, joga na atmosfera 6 bilhões de toneladas por ano. “Ou seja, as emissões do homem não passam de um erro, uma variação estatística, sem peso.” Molion afirma ainda que reduzir as emissões é o mesmo que deter o crescimento econômico necessário para o Brasil.
Molion faz uma importante distinção: emissões de CO2 e poluição são coisas diferentes. A poluição, pode vir, por exemplo, da queima de enxofre que sai do cano de descarga dos carros como ácido sulfúrico. “A poluição mata muito, só em São Paulo, são 80 mil pessoas por ano, principalmente idosos.” A incerteza sobre o aquecimento global não impede que se pense em mudanças na forma como o ser humano usa seus recursos naturais.
O professor Kenny Tanazaki, do Departamento de Análises Geoambientais da Universidade Federal Fluminense, acredita que precaução é o mais importante. “Caso o aquecimento não seja causado pelo homem, ainda assim estaremos arrumando nossa casa.”
O professor argumenta que mudanças de temperatura só podem ser verificadas com certeza depois de décadas de estudo e que, para ele, deve-se sempre trabalhar com o pior cenário possível. “Existe uma teoria de que o aquecimento global é inevitável, se não for, perder duas ou três décadas para agir pode ser fatal.”
Heitor Evangelista, professor de mudanças climáticas do Departamento de Biofísica da Universidade do Estado do Rio, aponta um dado importante: a curva de aumento de temperatura neste século não corresponde ao da concentração de CO2 na atmosfera. Para ele, até 1970 o aumento da temperatura pode ser explicado por “fatores terrígenos”, ou seja, sem a interferência do homem.
O problema, de acordo com Evangelista, é a dificuldade de se medir emissões e traçar projeções. Sobre os dados de Philip Jones – do Climategate – o professor afirma que a base do aquecimento global é um dado experimental, e qualquer cenário criado a partir destes dados é hipotético.
Caro leitor,
Existe uma histeria em torno das mudanças climáticas?
Um país deve reduzir emissões e prejudicar seu desenvolvimento econômico?
Com incerteza até sobre a existência do aquecimento, o que será de Copenhague?
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