quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Conama discute descarte de lâmpadas de mercúrio e de eletroeletrônicos

Ter, 26/Jan/2010 11:11 Direito & Legislação

Os Grupos de Trabalho sobre Disposição Final para Resíduos Sólidos de Lâmpadas Mercuriais e o de Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), órgão colegiado presidido pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, realizam reuniões na próxima semana, em Brasília.

O projeto europeu de descarte de lâmpadas, considerado um dos melhores disponíveis hoje no mundo, e que pode embasar a regulamentação nacional sobre o tema, está entre os itens da pauta da 4ª reunião do GT marcada para a próxima quarta-feira (27/01), às 9h30, no Auditório do edifício Marie Prendi Cruz, na W2 Norte, Quadra 505, Lote 2.

Já na 2ª reunião do GT de Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos, na quinta-feira (28/01), a partir das 9h30, os participantes vão acompanhar as apresentações do projeto de Lei Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), do estudo comparativo das legislações existentes no Brasil e nos Estados Unidos, na Europa e no Japão e do Decreto 45.554 do Estado do Rio Grande do Sul. O encontro será na sala de CT, Térreo do edifício Marie Prendi Cruz.

Projeto capacita jovens na área de informática e reciclagem de computadores


Ter, 26/Jan/2010 10:46 Cidadania Socioambiental
Tatiana Félix

Sorocaba, SP - O projeto MetaReciclagem, iniciativa da Secretaria de Relações do Trabalho da Prefeitura Municipal de Sorocaba, interior de São Paulo, há dois anos trabalha com jovens em situação de vulnerabilidade social da zona oeste da cidade, por meio de cursos de capacitação na área de informática.

Segundo o coordenador do projeto, Gilberto Vieira, a ideia é dar uma oportunidade aos jovens com idade entre 12 e 30 anos, já que nessa região há muita incidência de casos de tráfico de drogas. Oferecendo cursos de capacitação profissional, como Informática Básica, Montagem e Manutenção de Micro e Webdesigner, o MetaReciclagem formou, só no ano passado, 450 alunos, dos bairros Nova Esperança, Vila Barão e Jardim Zumira. Os cursos têm duração de três meses.

Para participar, os jovens devem estar atentos à divulgação nas escolas das comunidades locais. Para este ano, a estimativa é capacitar cerca de 700 alunos, já que devem ser abertas turmas em três períodos do ano. As aulas começarão no dia 8 de fevereiro e, segundo Gilberto, as 250 vagas já foram preenchidas. "Temos até fila de espera", diz.
Um dos principais trabalhos realizados pelo programa é a reciclagem e reutilização dos componentes eletrônicos dos equipamentos de informática, que apresentam algum defeito, como monitores, placas, teclados, mouses, entre outros. Quando não mais utilizados, estes materiais tornam-se um amontoado de lixo eletrônico tecnológico.

Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, em 2008 o Brasil comercializou 12 milhões de computadores. A média de tempo de uso desses equipamentos é de quatro anos. Com essa utilização, torna-se necessária a criação de políticas públicas voltadas ao correto descarte deste material, pois os componentes eletrônicos jogados no meio ambiente contribuem para a poluição e contaminação das águas e causam danos à saúde da população e dos animais.

Gilberto explica que o reaproveitamento das peças depende do estado da máquina, ‘mas sempre dá para aproveitar alguma coisa’, diz. Segundo ele, computadores doados por indústrias, geralmente apresentam bom estado de conservação, podendo ser melhores aproveitados. A avaliação é feita por técnicos do Telecentro Comunitário.

Com a doação de indústrias, aliás, é que foi possível aumentar o Telecentro, que tinha apenas 10 microcomputadores doados pelo Programa de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações. O espaço, que é uma parceria com o Ministério, é destinado para as aulas dos cursos e também para que a população tenha acesso gratuito à internet. "Hoje temos 20 computadores e atendemos 120 pessoas por dia", informa.

O material não reaproveitado é coletado e reciclado pela Cooperativa Reviver. Segundo Gilberto, somente no ano passado, cerca de oito toneladas de sucata foram recicladas. Ele alerta que ‘a reciclagem sempre deve ser feita por uma empresa especializada’.

Mais informações sobre o projeto ou sobre recuperação de computadores no telefone:              (15) 3417-3825         (15) 3417-3825. O MetaReciclagem fica na avenida 9 de julho n° 1066, na Vila Barão, Sorocaba (SP).

Nutricionista ajuda você evitar as situações que mais ameaçam a dieta

Emagrecer é difícil. Permanecer magro é mais complicado ainda, principalmente nas primeiras fases da mudança, quando você ainda está se adaptando à nova condição. Precisa ter muita fora de vontade para manter uma alimentação correta, afirma a nutricionista do MinhaVida, Karina Gallerani.

Com a pressa que toma conta da rotina, os problemas só aumentam. Falta tempo para cozinhar e o jeito é comer fora, o número de refeições diminui e o consumo excessivo de alimentos em uma refeição noturna é comum, graças aos compromissos de trabalho ou escolares.

Comer demais é um erro que se dissolve no nosso dia-a-dia , afirma Karina. Para evitá-lo, o melhor jeito é se prevenir das situações que nos forçam a exagerar na dose . Para ajudar você a mudar de atitude, a nutricionista mapeou as principais ocasiões que ameaçam o seu regime. Fique de olho!

Pular refeições 
Quem fica sem comer achando que isso emagrece vai sofrer quando se pesar da próxima vez. Isso porque a fome acumula e você exagera na dose. Além disso, uma dieta pobre prejudica a produtividade no trabalho e desencadeia sérios problemas à saúde. Deixar de ter um bom café da manhã, por exemplo, é um erro comum que acaba levando a pessoa a não ter energia durante o dia e favorece o consumo de lanches calóricos que fazem engordar. Uma alimentação balanceada requer refeições a cada 4 horas, garantindo maior saciedade e possibilitando melhor controle metabólico e nutricional. 

Assistir à televisão enquanto se alimenta 
Assistir à televisão por longos períodos é um forte fator para a obesidade. Seu coração, pressão sanguínea e metabolismo diminuem. Isso favorece o acúmulo de gordura, até porque os alimentos que acompanham esse hábito não são nada saudáveis. Comer assistindo televisão, lendo uma revista, falando ao telefone, entre outras atividades, distrai e facilita os excessos alimentares. O ideal é sentar-se à mesa, num ambiente tranqüilo. Alimente-se devagar, descansando os talheres sobre a mesa entre uma porção e outra. Faça um teste e perceba que você necessita de uma porção muito menor para se sentir saciado. 

Consumir muitos carboidratos simples 
Eles são deliciosos. Mas, digeridos mais rapidamente, e elevam os níveis de açúcar no sangue. Balas, doces, chocolates pães e bolos de farinha branca levam o pâncreas a bombear quantidades ainda maiores de insulina para ajudar a restabelecer os níveis normais de açúcar no sangue. Quando isso acontece, o estômago e o cérebro enviam sinais de fome, reiniciando o ciclo. Se, mais uma vez, você satisfizer o apetite com carboidratos simples, você vai desejar ainda mais doce. Mas ao invés de sentir-se cheio e satisfeito, você se sentirá constantemente faminto. Isto significa que uma dieta que contém muito carboidrato simples pode levá-lo a um ciclo vicioso onde se come mais e mais. 

Pagar para comer à vontade 
Outro erro muito comum é se alimentar em excesso ao realizar as refeições em restaurantes que possuem um preço fixo para comer à vontade. Não é preciso limpar o prato só porque pagou por ele, o ideal é parar de comer quando estiver satisfeito. 

Comer muito rápido 
Esse é um hábito cada vez mais comum, principalmente em cidades grandes. Comer rapidamente faz com que você coma muito antes de perceber que já está satisfeito. O cérebro leva um tempo para começar a enviar sinais de satisfação. Mastigar mal os alimentos prejudica a digestão e é fator de risco para uma síndrome metabólica, uma combinação de sintomas como pressão alta, obesidade, colesterol alto, e resistência à insulina. 

Beliscar 
Durante as atividades do dia-a-dia, este hábito aumenta as chances de ficar acima do peso. A vontade de beliscar toda hora vem quando não nos alimentamos corretamente durante as refeições estipuladas ou quando os alimentos que compõem essas refeições são de baixo valor nutricional. Sabendo distinguir a fome da vontade de comer e marcando horários fixos para as refeições,sem intervalos muito grandes entre elas, a vontade de beliscar passa e você come menos. Evite deixar doces, bolos, chocolates e petiscos nos armários de casa.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

MAIS Furacões no Atlântico

Atlântico terá o dobro de furacões fortes por mudança climática, diz estudo

  

Giuliana Miranda

O número total de tempestades tropicais no Atlântico Norte deve diminuir, mas a quantidade de furacões de categorias mais devastadora vai dobrar até o fim do século, indica uma projeção.

- O estudo, realizado por cientistas da Noaa (Agência Nacional Atmosférica e Oceânica dos EUA), estima o efeito do aquecimento global sobre os eventos extremos na região.

O tipo de furacão a que os climatólogos se referem no trabalho são os de categorias 4 e 5, cujos ventos estão acima de 210 km/h. São os eventos devastadores que ocasionalmente castigam as Bahamas, a costa sul dos EUA, o Golfo do México e a ilha de Hispaniola, onde ficam Haiti e República Dominicana.


 

A conclusão, apresentada nesta sexta-feira (22) na revista "Science", contraria boa parte dos estudos anteriores, que sugerem redução em todas as ocorrências de furacões. Os autores da pesquisa atribuem a diferença à precisão de suas simulações em computador. Segundo eles, os modelos anteriores "não foram capazes de identificar furacões de categoria três [entre 177 km/h e 208 km/h ] em diante".

O trabalho tem previsões importantes do ponto de vista de defesa civil, pois 80 milhões de pessoas habitam a região estudada. Além da potencial destruição por vendaval, esses locais podem sofrer com inundações provocadas pelos furacões. Nas tempestades de categoria 5, a mais forte, o nível do mar eleva-se até cinco metros nas áreas costeiras.

Entre 1900 e 2005, apenas 6% dos furacões registrados nos EUA atingiram categorias 4 ou 5. Ainda assim, provocaram 48% de todo o prejuízo das tempestades no país.

Para projetar alterações a serem provocadas pela mudança climática, o estudo, liderado pelo climatólogo Morris Bender, da Noaa, baseou-se em um cenário médio de aumento de temperaturas usado pelo IPCC (painel do clima da ONU).

A partir desses números, simulou diversos cenários futuros para o clima da região. Na maioria dos modelos criados em computador, os ventos se tornaram mais destrutivos à medida que o Atlântico se esquentava.

Vento cruzado


O estudo de Bender parece desatar agora um nó científico que já dura alguns anos. Estudos anteriores estimavam que o número total de furacões na região diminuiria, já que a mudança climática estimula a ocorrência de ventos cruzados em grandes altitudes -fator que dificulta a formação de furacões.

Esse benefício, porém, é suplantado pela temperatura da águas do mar, que vem crescendo, e é aquilo que fornece energia aos furacões.

Para Carlos Nobre, pesquisador do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), os resultados do trabalho de Bender parecem consistentes. Segundo ele, outras pesquisas já vinham documentado a alteração das condições que permitem a formação dos ciclones tropicais.

Segundo ele, a previsão mais interessante da Noaa agora é o deslocamento da área de maior incidência de furacões no Atlântico Norte.

"O estudo sugere que a zona mais ativa de furacões vai se deslocar mais para o norte", avalia Nobre, alertando para um aumento do risco nos EUA.

aquecimento ou resfriamento global? Erro no relatório do IPCC?

Chefe de clima da ONU descarta renúncia após erro sobre geleiras 



NOVA DÉLHI - O chefe do painel da ONU (Organização das Nações Unidas) de cientistas do clima prometeu no sábado tornar mais rígidos os procedimentos de pesquisas, mas descartou deixar o cargo após um uma projeção errônea de que as geleiras do Himalaia desapareceriam até 2035.

Um relatório de 2007 do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) informou que o aquecimento global poderia causar o desaparecimento de milhares de geleiras se o seu ritmo não diminuísse. Segundo o porta-voz das Nações Unidas, o erro provavelmente aconteceu em uma das atualizações do documento, inicialmente escrito há mais de 10 anos. Afirmou também que uma única informação errada não pode tirar a credibilidade de um relatório de mais de três mil páginas.

Rajendra Pachauri, chefe do painel, disse a repórteres em Nova Délhi que lamentou a inclusão da previsão no relatório, mas afirmou que o erro não deve ocultar as evidências de que as mudanças climáticas são, de fato, uma ameaça.

"Nossos procedimentos são muito rigorosos, eles são muito sólidos", disse. "Tudo o que precisamos nos certificar é do fato de que nos dedicaremos para implementar esses procedimentos."

Pachauri se esquivou de perguntas sobre se o erro poderia fortalecer os céticos do aquecimento global e poderia fazê-lo renunciar.

"Pessoas racionais veem o todo. Elas não serão distraídas por esse erro, que, claro, é lamentável", disse. "Não tenho a intenção de deixar a minha posição."

A Índia e alguns pesquisadores do clima criticaram o IPCC por exagerar no encolhimento das geleiras do Himalaia, cujo descongelamento sazonal fornece água para nações como a China e a Índia.

Se as geleiras sumissem, afetariam grandemente, na Ásia, o escoamento da água vital para a irrigação.

Falhas nos relatórios do IPCC podem ser muito danosas, pois as descobertas do órgão são um guia para políticas governamentais.

Em seu relatório de 2007, o IPCC disse estar mais de 90 por cento certo de que o ser humano era a principal causa do aquecimento global, principalmente pelo uso de combustíveis fósseis.

O polêmico parágrafo diz: "As geleiras do Himalaia estão retrocedendo mais rápido do que em qualquer outra parte do mundo e, se o ritmo atual permanecer, a probabilidade de seu desaparecimento até o ano de 2035 e talvez antes é muito alta, se a Terra continuar se aquecendo no ritmo atual".

Líderes do IPCC notaram que tal previsão sobre as geleiras não entrou no resumo final para os governos, em 2007.

Em comunicado anterior, Pachauri afirmou que o erro ocorreu porque os procedimentos não foram corretamente seguidos, e descartou a possibilidade de mais falhas.

"A possibilidade é mínima, se não inexistente", disse. "Revisaremos e fortaleceremos nossos processos daqui em diante."

Fortalecimento institucional para conservação em RPPNs


O Programa de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica, coordenado pelas ONGs Conservação Internacional, Fundação SOS Mata Atlântica e The Nature Conservancy, divulga as instituições selecionadas para o programa de desenvolvimento de capacidade institucional para organizações que atuam na conservação em terras privadas na Mata Atlântica.

Essa iniciativa tem como objetivo principal fortalecer o movimento e as entidades ligadas às Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). Além disso, o cumprimento das metas de conservação em terras privadas depende diretamente do apoio de organizações (associações, ONGs e órgãos públicos ambientais), que têm o papel de executar com eficiência o planejamento compartilhado e a capacidade de condução das discussões e decisões com diferentes atores. É nesse contexto que o Programa de Incentivo às RPPNs da Mata Atlântica trata com alta prioridade o desenvolvimento das capacidades institucionais destas entidades para que o movimento cresça e consiga atingir as metas de conservação com a maior eficiência possível.

A estrutura do Programa de Fortalecimento Institucional prevê a realização de três oficinas, que terão como temas:



  • Planejamento, Monitoramento e Avaliação
  • Mobilização e Captação de Recursos
  • Seminário de Planejamento Compartilhado para o movimento de conservação em terras privadas
Os objetivos principais do programa são:

  • Influenciar no desenvolvimento da cultura de planejamento participativo nas organizações que atuam na conservação em terras privadas;
  • Aumentar a capacidade das organizações na mobilização e captação de recursos;
  • Apoiar a construção da visão estratégica para a conservação em terras privadas na Mata Atlântica; e
  • Contribuir com o surgimento de novas lideranças para o desempenho pleno do movimento.

Instituições selecionadas

Associação Amigos de Iracambi
Associação Baiana para Conservação dos Recursos Naturais - ABCRN
Associação Caatinga
Associação de Fomento Turístico e Desenvolvimento Sustentável - TEREVIVA
Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida - Apremavi
Associação de Proprietários de Reservas Particulares da Bahia e Sergipe - PRESERVA
Associação de Proprietários de RPPNs do Mato Grosso do Sul
Associação dos interessados no desenvolvimento da educação, meio ambiente e cidadania - ADA
Associação Flora Brasil
Associação para a Cultura e a Conservação da Mantiqueira - Reserva Nativa
Associação Paranaense de Proprietários de RPPN – RPPN Paraná
Associação para Proteção da Mata Atlântica da Nordeste - AMANE
Associação Patrimônio Natural - APN
Associação Pró-Muriqui
Associação Supereco de Integração Ambiental e Desenvolvimento da Criança
Centro de Estudos Ecológicos e Educação Ambiental – CECO
Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Região do Caparaó
FREPESP
Instituto Ambiental Cafundó - IAC
Instituto Amuirandê
Instituto Baía de Guanabara - IBG
Instituto Capixaba de Ecoturismo
Instituto Floresta Viva
Instituto Oikos de Agroecologia
Instituto TRIADE Ambiental
Instituto Uiraçu
Instituto TRIADE Ambiental
MIRA-SERRA (Projeto MIRA-SERRA)
Organização de Conservação de Terras do Baixo Sul da Bahia - OCT
Sociedade para Preservação do Muriqui


Agenda
As oficinas serão realizadas no primeiro semestre de 2010, com duração média de três dias . A primeira oficina já está marcada para 9 a 11 de fevereiro em Itu – SP.

O primeiro tema ‘Capacitação em Planejamento, Monitoramento e Avaliação’ será dividido em três módulos:

a) Capacitação teórica – discussão e reflexão conceitual sobre termos e contextos de planejamento, monitoramento e avaliação;

b) Capacitação nas ferramentas – principais ferramentas e técnicas de planejamento, monitoramento e avaliação para as práticas institucionais;

c) Atividade prática – aplicação das ferramentas na prática com uma situação real.

Fonte: Conservação Internacional.

Iniciativa propõe princípios e critérios para projetos de Redd


São Paulo, SP - Uma iniciativa está colocando em consulta pública uma minuta com princípios e critérios para a criação de projetos de Redução de Emissões de Desmatamento e Degradação (Redd).

Redd, também conhecido como Redd+ (quando contempla a redução de emissões pelo manejo sustentável e estoques de carbono), é um mecanismo para remunerar os atores que mantêm a floresta em pé, evitando o desmatamento e consequentemente a emissão de gases de efeito estufa.

A minuta, organizada pela Aliança para o Clima, Comunidade e Biodiversidade (CCBA) e Care Internacional, foi debatida durante o ano de 2009, e está recebendo sugestões e críticas.  O objetivo é criar padrões para que governos, ONGs e instituições privadas possam implementar projetos de Redd respeitando comunidades, povos indígenas e gerando benefícios para a biodiversidade.

A carta apresenta oito princípios, como "Os direitos às terras, territórios e recursos são reconhecidos e respeitados pelo programa Redd+" ou "O programa Redd+ melhora a segurança em longo prazo dos meios de vida e a qualidade de vida dos Povos Indígenas e das comunidades locais com atenção especial para as pessoas mais vulneráveis".  (Veja todos no documento abaixo).  Cada princípio também tem critérios e indicadores.

Segundo o documento, os padrões estão sendo elaborados para funcionar dentro de um regime global de Redd, a ser definido na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP).  Interessados podem enviar sugestões até o dia 15 de março, no endereço http://www.climate-standards.org/REDD+/


Veja o documento na íntegra.

Minuta dos Padrões Sociais e Ambientais para REDD+

ONU oficializa Ano da Biodiversidade

Em evento a ser realizado em Paris, na sede da Unesco, a Organização das Nações Unidas lança oficialmente o Ano Internacional da Biodiversidade.




A Organização das Nações Unidas (ONU) fará o lançamento oficial do Ano Internacional da Biodiversidade no dia 22 de janeiro, sexta-feira, em evento organizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em sua sede em Paris.  

O objetivo da iniciativa é divulgar a relevância do assunto e chamar a atenção da sociedade mundial para as taxas alarmantes de perda de biodiversidade. Estudos da União Internacional para Conservação da Natureza (UICN) apontam que 17.000 espécies de plantas e animais estão ameaçadas de extinção.

Além disso, especialistas estimam que 60% dos ecossistemas do planeta não são mais capazes de prover os serviços ecológicos dos quais o homem depende, tais como produção de alimentos, água potável e controle do clima. 

Durante a décima Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-10/CDB), que acontecerá em outubro, na cidade japonesa de Nagoia, os países signatários devem definir novas metas, espera-se que ambiciosas, para a redução da perda de biodiversidade nos próximos anos.


Participação brasileira

O Brasil, que é o primeiro país do mundo em biodiversidade, tem o compromisso de proteger em unidades de conservação (UCs) 30% da Amazônia e 10% de cada um dos outros biomas – Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal, Caatinga e Pampas. Para a Mata Atlântica, o compromisso é de não desmatar mais nenhuma área remanescente.

Os participantes da COP-10 também devem se dedicar à avaliação do Programa de Trabalho sobre Áreas Protegidas da CDB. “O WWF-Brasil vai contribuir para essas discussões com a realização de avaliações sobre as UCs brasileiras e, mais especificamente, as UCs da Amazônia. Vale destacar que essa avaliação da Amazônia engloba não apenas as UCs no território brasileiro, mas todo o sistema de unidades de conservação dos nove países amazônicos”, afirma o superintendente de conservação do WWF-Brasil, Cláudio Maretti.

Maretti explica ainda que uma das principais expectativas com relação à COP-10 é que sejam discutidas diretrizes concretas a respeito da repartição de benefícios provenientes da biodiversidade: “esse é o ponto da CDB que ainda não recebeu a devida atenção por parte dos signatários da Convenção”.

Pós-Copenhague

Outro tema que se destaca este ano é a importância da biodiversidade para o equilíbrio climático do planeta. Depois dos resultados pouco alentadores da COP-15 da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, realizada em dezembro passado em Copenhague, Dinamarca, a discussão sobre o clima irá continuar em pauta.

“Além de ser importante para a regulação climática, a biodiversidade terá um papel fundamental para a adaptação dos seres humanos às mudanças climáticas que já são inevitáveis. Precisaremos contar com os ecossistemas para buscar estratégias de adaptação”, comenta Maretti.

Por outro lado, as ações de conservação da biodiversidade também precisarão se adaptar ao novo contexto de mudanças climáticas. As alterações no clima podem ter graves efeitos para os ecossistemas e ainda é preciso pesquisar alternativas para garantir a sobrevivência das espécies e a continuidade dos serviços ecológicos que prestam.

“No Pantanal, o WWF-Brasil está fazendo um trabalho pioneiro de avaliação da vulnerabilidade às mudanças climáticas e de desenvolvimento de estratégias de adaptação com base em ecossistemas”, conta o superintendente de conservação.

As atividades de abertura do Ano Internacional da Biodiversidade contarão com a presença de especialistas da CDB, da Universidade de Harvard, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), UICN, entre outros.

Antes do evento de lançamento do Ano Internacional da Biodiversidade, no dia 21 de janeiro, as conclusões do próximo relatório do Secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), Global Biodiversity Outlook 3, serão apresentadas em coletiva de imprensa na Unesco. A ONU promove também uma conferência científica sobre o tema, entre os dias 25 e 29 de janeiro.

Para saber mais sobre a situação do planeta, acesse o relatório Planeta Vivo 2008 produzido pela Rede WWF no link: http://www.wwf.org.br/informacoes/sala_de_imprensa/?16180  

SOBRAM MAIS DE 1 BILHÃO POR FALTA DE PROJETOS EFICIENTES !

A cada ano mais de 1 bilhão de reais 'sobram', principalmente em instituições governamentais, por falta de projetos eficientes.

Quase todos os Ministérios: Educação, Saúde, Combate a Fome, Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente, Cultura, etc. , através de fundos e editais, disponibilizam recursos a serem doados para projetos de Prefeituras e de organizações da sociedade civil. Entretanto é raro o ano em que estes recursos são integralmente destinados.

Esta dificuldade esbarra, por um lado, nas exigências requeridas para se habilitar a estes recursos e por outro, e principalmente, pela 'pouca qualidade' (inconsistência, falta de foco, pouca clareza...) dos projetos que são apresentados para análise. E isso vale particularmente para as iniciativas da Região Nordeste, onde as carências sociais, culturais e ambientais de um modo geral são ainda mais acentuadas.

Ofertas de recursos similares, e na mais das vezes menos burocráticas, ainda são grandemente ampliadas se consideramos os fundos de empresas brasileiras e estrangeiras; as agências de cooperação estrangeiras, públicas e privadas e a cooperação bi e multilateral.

É desesperador constatar que a existência de tantas carências, a capacidade e disposição de enfrentá-las, a disponibilidade de recursos e os instrumentos institucionais/operacionais para viabilização das propostas, esbarram na "simples" elaboração de projetos eficientes.

Por outro lado isso implica, diretamente, na necessidade crescente de pessoal capacitado e com experiência na elaboração de projetos e na conseqüente valorização deste profissional.

Neste contexto o Instituto Nova Ação - Educação, Cidadania e Meio Ambiente com a realização de Cursos e Projetos e.V está promovendo o CURSO DE ELABORAÇÃO DE PROJETOS destinado a pessoas interessadas em iniciar/aprimorar seus conhecimentos em Técnicas de Elaboração de Projetos, independente de experiência anterior, sobretudo para profissionais liberais e autônomos, gestores públicos, empresariais e do 3º Setor, administradores, advogados, contadores e pessoal de apoio a mobilização de recursos institucionais, que se proponham a ingressar ou aprimorar sua qualificação na captação de recursos.

O Curso será ministrado por profissional com quase 20 anos de experiência em captação de recursos tanto na condição de proponente quanto integrante de conselhos e comitês de avaliação e aprovação de projetos em instituições nacionais e estrangeiras.

Informações: cursoseprojetos1@gmail.com - (81) 9706 9542

Tablet - será um novo sucesso da Apple?

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010, 06:27 | Online

Após iPod e iPhone, Apple quer novo sucesso com Tablet.

Após meses de rumores, o Tablet - como a imprensa americana denomina o aparelho - será mostrado ao mundo na próxima quarta-feira.



SAN FRANSCISCO - O iPod e o iPhone marcaram um antes e um depois na indústria da música digital e da telefonia celular, mas a Apple, criadora dos dois produtos, quer agora causar um reviravolta no setor editorial com um computador que apresentará nesta semana, nos Estados Unidos.


Após meses de rumores, o Tablet - como a imprensa americana denomina o aparelho - será mostrado ao mundo na próxima quarta-feira em um evento em San Francisco, mas deve ser preciso esperar até março para vê-lo nas lojas.

Segundo a empresa de consultoria Sanford Bernstein, o Tablet se transformará automaticamente em um sucesso e poderia vender cerca de 3 milhões de unidades em seu primeiro ano, três vezes mais que todos os computadores similares do mercado juntos durante 2009.

Aqueles que já viram o equipamento afirmam que é um elegante computador extraplano e leve, com tela sensível de cerca de 10 ou 11 polegadas e teclado virtual semelhante ao do iPhone.

A Apple não quer que seja um simples computador portátil, mas busca fazer dele uma plataforma para conteúdos editoriais como livros, revistas ou jornais, que permitirá fazer download de textos por um preço ainda não especificado e através de um procedimento simples, como ocorre com o iPod e a loja de música on-line Itunes.

Segundo várias fontes, a Apple está negociando com editoras como a New York Times, a Conde Nast Publications e a HarperCollins Publishers, de propriedade da News Corporation, para chegar a um acordo de cooperação e vender conteúdos destas empresas no Tablet.

Algumas versões dizem que a firma de tecnologia também mantém conversas com algumas redes de televisão, como "CBS" e "ABC" para oferecer seus programas, e que negocia também com a produtora de videogames Electronic Arts.

O objetivo é repetir o sucesso do iPod e do iPhone com a mesma fórmula: hardware de design elegante com software e aplicativos atrativos que são os que realmente geram dinheiro à Apple.

O lançamento do iTunes fez disparar as vendas do iPod e transformou a Apple em líder no varejo on-line de música dos EUA.

A loja de aplicativos para o iPhone, incluída dentro do iTunes, fez do iPhone um pequeno computador com seus mais de 100 mil programas disponíveis por poucos dólares ou, inclusive, de graça.


Se a Apple conseguir convencer os consumidores a adquirir seu Tablet, a indústria editorial sairia beneficiada.

O setor está há anos sofrendo as perdas pela redução da circulação em detrimento da internet, e ainda busca soluções criativas para que os usuários paguem na rede pelo que estão acostumados a receber de graça.

O Tablet, no entanto, tem ainda um longo caminho a percorrer e terá que passar por vários obstáculos até provar seu êxito.

Em primeiro lugar, o preço do equipamento está relativamente alto, pois, segundo fontes ligadas à fabricação, será de US$ 1.000 nos EUA.

Além disso, a Apple tem que conseguir que os consumidores comprem o Tablet quando muitos netbooks, ebooks e até telefones celulares realizam funções semelhantes pela metade do preço ou até menos.

O Tablet também não é o único computador deste tipo no mercado. Durante 2009, cerca de 15 fabricantes de PCs lançaram produtos parecidos e o número poderia chegar a 30 este ano.

"O sucesso do Tablet dependerá de como o produto se adaptará à vida diária do usuário e se oferecerá conteúdo suficiente para fazer com que valha a pena usá-lo", disse ao diário "The Wall Street Journal" Henry Lu, presidente da firma taiuanesa Micro-Star Internacional, companhia que fracassou em sua tentativa de vender um computador parecido há alguns anos.

Redes Sociais

Cérebro só consegue administrar 150 amigos em redes sociais, diz estudo

Segundo cientistas, sites de relacionamento não expandiram número de amigos que cérebro humano é capaz de administrar.





- O cérebro humano é capaz de administrar um máximo de 150 amigos nas redes de relacionamento disponíveis na internet, como os sites Facebook e Orkut, revelou uma pesquisa realizada na Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha. 

Segundo Robin Dunbar, professor de antropologia evolucionária na entidade, este número é praticamente o mesmo que se via antes da existência desses sites. 

Nos anos 90, o cientista desenvolveu uma teoria batizada de "Número de Dunbar", que estabelece que o tamanho do neocortex humano - a parte do cérebro usada para o pensamento consciente e a linguagem - limita a capacidade de administrar círculos sociais a até 150 amigos, independente do grau de sociabilidade do indivíduo. 

Sua experiência se baseou na observação de agrupamentos sociais em várias sociedades - de vilarejos do neolítico a ambientes de escritório contemporâneos. 

Segundo Dunbar, sua definição de "amigo" é aquela pessoa com a qual outra pessoa se preocupa e com quem mantém contato pelo menos uma vez por ano. 

Homens e mulheres 

Ao se questionar se o "efeito Facebook" teria aumentado o tamanho dos círculos sociais, ele percebeu que não. 

"É interessante ver que uma pessoa pode ter 1,5 mil amigos, mas quando você olha o tráfego nesses sites, percebe que aquela pessoa mantém o mesmo círculo íntimo de cerca de 150 pessoas que observamos no mundo real", afirmou Dunbar, em entrevista ao jornal The Times. 

"As pessoas se orgulham de ter centenas de amigos, mas a verdade é que seus círculos são iguais aos dos outros." 

Ainda segundo Dunbar, o comportamento de homens e mulheres em relação às amizades é diferente. 

Vale a Pena se Qualificar!!

Brasil já enfrenta falta de mão de obra

Publicado em 25.01.2010, às 07h41


O mercado de trabalho foi um dos últimos a se recuperar da crise mas o medo de perder o emprego já é passado para os brasileiros. Empresas, comércio e serviços não só voltaram a contratar, como falta trabalhadores com qualificação suficiente para preencher vagas. Empresários e analistas temem a repetição do “apagão de mão de obra” de 2008, o que comprometeria o avanço sustentável da economia

“Toda vez que o Brasil cresce 4,5% ou mais, falta mão de obra qualificada”, disse o professor da Universidade de São Paulo (USP) José Pastore, especialista em trabalho. No mercado, prevê-se que o Produto Interno Bruto (PIB) suba de 5% a 6% este ano. O déficit de trabalhadores qualificados é preocupante na construção civil, mas ocorre também no agronegócio, na saúde, em hotéis e até em alguns ramos da indústria

Uma estimativa da consultoria LCA, com base no Cadastro Geral de Trabalhadores (Caged) e na Relação Anual de Informações Sociais (Rais), aponta que o número de brasileiros empregados atingiu 32 28 milhões em novembro de 2009, 1,1 milhão a mais que em outubro de 2008, antes da crise, quando o problema de falta de mão de obra qualificada era grave. Em dezembro, com a demissão dos temporários contratados para o Natal, caiu para 31,87 milhões, 685 mil a mais que antes da crise.

Há uma diferença entre os setores. Na construção, no comércio e nos serviços, o número de empregados supera o nível anterior à crise. Na indústria, há 289 mil pessoas sem emprego em relação a outubro de 2008. “Tem um estoque de trabalhadores qualificados à disposição no setor”, disse o economista da LCA Fábio Romão. Ele prevê que a indústria retomará o nível de antes da crise em meados do ano. “Em alguns meses, teremos falta de mão qualificada geral”, prevê o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva.


Fonte: Agência Estado

LIXO NO LIXO!


Os incômodos de Ponta de Pedras

Publicado em 24.01.2010, às 22h44





Na praia de Pontas de Pedra, esgoto é derramado no mar
Foto: Bernardo Soares/JC Imagem 




Lixo, esgoto a céu aberto, congestionamento de veículos, animais à solta, carros com som superpotente tocando músicas de gosto duvidoso. A lista de incômodos encontrada pelos veranistas na Praia de Ponta de Pedras, em Goiana, Litoral Norte de Pernambuco, é extensa.

O primeiro contratempo ocorre antes mesmo da chegada à orla. Na manhã deste domingo, as ruas que dão acesso à praia estavam congestionadas, exigindo paciência dos veranistas. Sem encontrar lugar para estacionar próximo à praia e incentivados pela ausência de fiscalização, muitos motoristas sobem calçadas e deixam seus veículos bem no meio da areia, dividindo espaço com cadeiras, esteiras e guarda-sóis. Não contentes com apenas uma infração, alguns ainda ligam os aparelhos de som dos carros no último volume e dividem com a praia toda suas preferências musicais. 

Refrigerantes, salgadinhos, garrafas de cachaça, ostras e coxas de frango. Pode-se saber tudo aquilo que os veranistas consomem apenas olhando para o mar. Morador de João Pessoa (PB), o agricultor Paulo Fernandes Pessoa, 57 anos, voltou para a cidade onde nasceu e ficou impressionado com a quantidade de sujeira. “As praias que frequento lá (na Paraíba) são bem mais limpas. Mas mesmo assim aqui continua muito bom”, disse o goianense, nostálgico.




A dona de casa Maria Mercedes Pereira dos Reis, 65, cansou dos montes de lixo atrapalhando a vista para o mar que tem de sua casa. Munida de vassoura e saco de lixo, ela mesma vai até a praia tirar o lixo. “A Prefeitura não limpa esse trecho”, conta ela, nascida em Ponta de Pedras e moradora do trecho da praia conhecido como Pedrinhas. 

Maria Mercedes pode até dar um jeito na sujeira, mas teria de ter uma ferramenta muito mais poderosa que sua vassoura para dar um jeito no que corre para o mar, a principal reclamação de quem vai ao local. “Esse esgoto desemboca bem no meio dos banhistas”, afirmou o autônomo Arnaldo Teles, 48, que aproveitou a presença da reportagem para reclamar.

O secretário da Saúde de Goiana, Isidoro Guedes, afirmou que a Prefeitura está ciente do despejo do esgoto no mar e desenvolve um projeto para acabar com o problema. “O sistema de esgoto era para uma população que há três décadas atrás servia a uma população de no máximo 10 mil habitantes. Hoje, em épocas de veraneio essa população chega a 60 mil”, disse. 

O secretário de Serviços Públicos, Henrique Neto, afirma que está sendo feita uma campanha de conscientização para que os veranistas levem sacolas à praia para armazenar seu lixo. O problema é que, levando as sacolas para a praia, os veranistas terão outro contratempo: a escassez de lixeiras disponíveis. “Aumentamos o efetivo de limpeza, que é feita duas vezes por dia. No domingo, temos um reforço e ainda limpamos à noite”, garante o secretário. 

Foco ambiental

Publicado em 06.01.2010, às 16h50 (Ricardo Braga)


Ainda não saímos do imbróglio climático, com os governos empurrando a questão para uma situação-limite, antes de assumir suas responsabilidades planetárias
Foto: Arquivo

Este é o terceiro início de ano em que escrevo na coluna Foco Ambiental. Lendo os artigos que inauguraram janeiros passados, vejo que minhas expectativas para o novo ano foram apenas medianamente atingidas.

Mas, como já reconheci em outra ocasião, os processos sociais e políticos geralmente não são rápidos como gostaríamos. Exemplo disso é que ainda não saímos do imbróglio climático, com os governos empurrando a questão para uma situação-limite, antes de assumir suas responsabilidades planetárias. Ou seja, o que poderia ter se definido há duas décadas, com maior garantia de sucesso para o conforto futuro da própria humanidade, arrasta-se a cada conferência internacional, num perigoso acúmulo de frustrações da sociedade civil mundial.

Mas, por que os governos são tão reticentes em tomar decisões objetivas de combate ao aquecimento global, se a sociedade clama por isso? É que, infelizmente, na maioria das vezes eles refletem os interesses dos que os sustentam nos bastidores, e estes são os beneficiários de curto prazo, das vantagens negociais sem enxergar o futuro.

Apesar disso, na condição de otimista enxergo avanços cumulativos. Vejam, por exemplo, as sucessivas marcas desde a Conferência de Estocolmo em 1972 até à de Copenhague em 2009. Naquele ano discutiu-se embrionariamente a relação entre desenvolvimento humano e meio ambiente, criando-se inclusive o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Após vinte anos aconteceu a Rio 92, quando foi aprovada a Convenção do Clima , e depois mais quinze eventos internacionais sobre o assunto, as chamadas Conferências das Partes da Convenção Quadro da ONU para Mudanças Climáticas (COPs), inclusive a que ensejou o Protocolo de Kyoto e a COP15, ocorrida neste dezembro na Dinamarca.

Reconheço, no entanto, que isso é muito pouco para quase quarenta anos de negociações. É portanto indispensável uma maior pressão da sociedade civil, atuando em rede e incorporando os múltiplos segmentos que se comprometam com a causa, inclusive dos empresários ambientalmente repaginados, sejam eles de antigos ou de novos negócios. É preciso também manter o esforço em gerar informações confiáveis para as tomadas de decisão, como as produzidas pelos cientistas, particularmente através do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas (IPCC).

Na área empresarial observo alguns avanços, mesmo que possam ser decorrentes do espírito de sobrevivência do capitalismo. A partir da década de 1980 as atitudes empresariais, embora tímidas e beirando à filantropia, já se sentiam notar, particularmente no patrocínio do que consideravam boas causas, sejam elas ambientais ou sociais. 

De meados da década seguinte para cá, as práticas se estenderam ao “chão da fábrica”, com a incorporação de procedimentos internos ao empreendimento, que levaram à otimização do uso de matéria prima e energia, e à redução de resíduos poluentes.

Mesmo assim, essas inovações ainda são limitadas, não atingindo o que podemos considerar a verdadeira sustentabilidade do desenvolvimento. São ainda atitudes defensivas de mercado, que se antecipam às previsíveis novas regras ambientais e à emergente pressão por alguns segmentos de consumidores.


Mesmo assim, essas inovações ainda são limitadas, não atingindo o que podemos considerar a verdadeira sustentabilidade do desenvolvimento.


O grande desafio a partir de 2010 é que as práticas empresariais internalizem efetivamente o custo do controle das chamadas externalidades ambientais negativas, forçando a revisão de cada etapa dos processos agrícolas, industriais e de comércio, preferencialmente por consciência planetária, se não, pelo menos para se manter na competição capitalista nesta nova etapa da economia mundial.

Quanto à sociedade civil, espero que tenha forças para empurrar seus governantes para as decisões que faltaram em Copenhague. Isso significa trabalhar articuladamente informação, sensibilização, convencimento e mobilização de parcelas cada vez maiores da própria sociedade civil, dos empresários e dos governos.

De minha parte, além da militância durante o ano, espero que no primeiro artigo de janeiro de 2011 eu possa registrar avanços mais significativos na COP 16, no México, sobretudo porque o tic tac do relógio estará ecoando mais alto, num desesperado grito, antes que não haja mais tempo.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Pré-Sal e o Meio Ambiente

O petróleo do pré-sal: o meio ambiente esquecido

Célio Bermann*



A exploração pelo nosso país do petróleo da camada do pré-sal tem ganhado um enorme espaço nos recentes debates. Mudanças no marco regulatório, criação de uma nova empresa – Petrosal --, destinação da renda a ser auferida com a exploração e comercialização do petróleo são, sem dúvida, questões importantes para uma ampla e democrática discussão que se faz necessária. Entretanto, as consequências para o meio ambiente das atividades de exploração, desenvolvimento e produção que estão presentes na cadeia produtiva do petróleo do pré-sal estão absolutamente ausentes desse debate.
O petróleo da camada do pré-sal consiste em uma faixa que se estende ao longo de 800 quilômetros entre os estados do Espírito Santo e Santa Catarina, com 200 quilômetros de largura e a 300 quilômetros da costa brasileira. O petróleo está abaixo do leito do mar, e engloba três bacias sedimentares (Espírito Santo, Campos e Santos). O petróleo encontrado nessa área está a profundidades que podem superar os 7 mil metros.
Essa camada é resultado da decomposição de materiais orgânicos situados no mar fechado; se formou com a separação dos continentes anteriormente unidos, e que deram origem à América do Sul e à África. A gênese desse processo ocorreu a cerca de 110 milhões de anos, em condições ambientais que possibilitaram um acúmulo de matéria orgânica como algas e microorganismos produzidos sob ação da energia solar. Enquanto que a evaporação do mar deu lugar à formação de uma camada de sal, esse material orgânico se entranhou abaixo dessa camada em uma feição geológica chamada de microbiólito, onde ocorreu a lenta transformação em petróleo. Esse petróleo ficou retido abaixo da camada de sal à medida que esta foi se tornando mais impermeável por conta da sua consolidação.
O conhecimento por parte da Petrobras da existência desse petróleo foi obtido a partir de esforços técnico-científicos desenvolvidos nas últimas décadas, com o desenvolvimento de modelos que buscavam interpretar as características das feições geológicas com os dados disponíveis. Entretanto, a comprovação da sua existência apenas foi obtida em novembro de 2007, com a descoberta, no campo de Tupi, de reservas estimadas de 5 a 8 bilhões de barris, de um óleo com 28 graus API, de melhor qualidade comercial do que a média do petróleo encontrado no Brasil, e mais fácil de refinar.
A partir dessa descoberta, sucedeu-se uma série de avaliações da dimensão total das reservas no pré-sal. A questão é que não se sabe ainda, com o rigor científico necessário, se o petróleo existente no pré-sal está presente uniformemente no continente formado pela área de 160 mil quilômetros quadrados correspondente, ou se tratam de bolsões formando um “arquipélago”. Ou seja, se se trata de um campo único ou de uma sequência de campos. Tal desconhecimento acabou por permitir que se especule reservas que variam entre 50 e 150 bilhões de barris de óleo equivalente (considerando petróleo e gás natural).
Além das reservas já mencionadas no campo de Tupi, de concreto o que se tem é a confirmação da Petrobras de reservas também no campo de Iara, da ordem de 3 a 4 bilhões de barris de óleo equivalente, e no campo de Parque das Baleias, com reservas da ordem de 1,5 a 2 bilhões de barris de óleo equivalente. Além desses três campos, as atenções estão voltadas para a avaliação dos campos de Guará e Carioca, Bem-Te-Vi e Júpiter, este último com gás natural.

Para um país com reservas estimadas em 14,4 bilhões de óleo equivalente, os campos já conhecidos situados no pré-sal indicam um acréscimo na faixa de 9,5 a 14 bilhões de barris de óleo equivalente. Ou seja, no que já é conhecido, o país poderá dobrar as suas reservas, podendo chegar a multiplicar por dez se a estimativa dos 150 bilhões de barris se confirmar.

Para o Brasil, esses números são significativos, mas estão longe de o serem no contexto internacional. Para a atual estimativa de reservas provadas da ordem de 1,37 trilhão de barris, na mais otimista das hipóteses (150 bilhões de barris), o petróleo do pré-sal não significa mais do que 11% de participação no acréscimo. Participação muito aquém daquela que a Venezuela poderá acrescentar no futuro próximo com o óleo betuminoso encontrado na bacia do rio Orinoco, da ordem de 314 bilhões de barris. Ou o Canadá, com depósitos do mesmo óleo betuminoso da ordem de 270 bilhões de barris. 

Pré-sal e as mudanças climáticas

O mundo consome atualmente 84 milhões de barris por dia, ou cerca de 30,6 bilhões de barris/ano. Considerando que cada barril de petróleo queimado emite entre 420 e 440 quilos de CO2 (sem contar o carbono emitido ao longo da cadeia produtiva, nos processos de extração, transporte, refino e distribuição)1 e que o mundo emite anualmente cerca de 36,3 bilhões de toneladas de CO2 2 (incluindo a queima dos combustíveis fósseis – petróleo, gás natural e carvão, além do desmatamento), podemos estimar que o petróleo da camada do pré-sal irá acrescentar às emissões, nas próximas décadas, de 33 a 62 bilhões de toneladas de CO2.
Ou seja, se todo o petróleo recuperado do pré-sal for queimado, as emissões serão equivalentes ao que atualmente o mundo emite em um ou dois anos. Esses dados -- aqui apresentados com a devida cautela por serem aproximativos, em função das incertezas quanto à extensão das reservas já assinaladas -- nos permitem afirmar que a contribuição do pré-sal para a agudização do processo de aquecimento global deve ser relativizada, e em termos quantitativos, não é tão significativa como se poderia supor.
No entanto, isso não significa que o país poderá explorar seu megacampo sem preocupações com as mudanças climáticas. Dado o caráter inexorável da humanidade permanecer queimando os combustíveis fósseis nas próximas décadas, os debates e as avaliações científicas passaram a se desenvolver em torno da percepção de que poderíamos definir um limite nas emissões futuras dos gases de efeito estufa, de modo a atenuar os efeitos deletérios das mudanças climáticas.
Nesse sentido, parece haver um consenso de que o mundo poderia gerenciar os efeitos de um aumento da temperatura não superior a 2oC até o ano 2050. Para tanto, foram desenvolvidos diversos trabalhos de modelagem do comportamento climático, tendo esse limiar como referência, para em seguida verificar qual a quantidade de combustíveis fósseis que poderia ser queimada nestes próximos 40 anos, de forma a alcançar um comprometimento mínimo com o equilíbrio dos vários ecossistemas terrestres em função do aumento da temperatura.
Conforme Meinshausen et al. (2009)3, o limite da emissão acumulada no período de 2000 a 2049, de 1 trilhão de toneladas de CO2 ,trará uma probabilidade de 25% da temperatura exceder os 2oC, enquanto que a emissão para o mesmo período, de 1,44 trilhão de toneladas de CO2, trará uma probabilidade de 50%. Ainda conforme esse estudo, o limite de 886 bilhões de toneladas de CO2 trará uma probabilidade de 20% da temperatura exceder os 2oC.
Isso significa que para que o planeta não comprometa de forma irreversível o seu futuro, será necessário que, nos próximos 40 anos, se emita “apenas” 652 bilhões de toneladas de CO2, ou menos de três vezes em 40 anos o que o mundo já emitiu nos seis primeiros anos deste século. E ainda com o risco desse esforço só representar 80% de chance de alcançar o desejado.
Nessas condições, as emissões decorrentes do petróleo do pré-sal assumem uma grande importância pois, independentemente do ritmo de exploração que podemos esperar, elas responderão por cerca de 9,5% do total das emissões consideradas como permissíveis.
O desafio que o processo de mudanças climáticas impõe para o mundo é enorme se forem mantidos os padrões de produção e consumo atuais, extremamente dependentes dos combustíveis fósseis, e em particular, do petróleo.
Neste desafio, o Brasil não se apresenta apenas como o país na dianteira mundial dos combustíveis renováveis, cuja quantidade possível de ser produzida, em conjunto com os demais países, será incapaz de substituir, de forma significativa, os combustíveis do petróleo (gasolina e diesel).
Ele também se apresenta como um importante agente no incremento das emissões a partir das atividades de exploração, desenvolvimento e produção do petróleo localizado no pré-sal. Como vimos, essa participação deve ser relativizada em função do contexto internacional.
Se servir de conforto, nosso país não estará só, com seus 80 a 150 bilhões de barris do pré-sal a serem queimados nas próximas décadas. Lembrando que os 1,37 trilhão de barris de reservas provadas mundiais proporcionam mais 45 anos de “segurança” se mantendo o atual ritmo de produção e de consumo, e adicionando a esse total os cerca de 600 bilhões de barris do petróleo betuminoso do Canadá e da Venezuela, nada leva a crer que assistiremos, em futuro próximo, a uma radical inflexão neste contexto.
A insensibilidade ambiental parece ser a regra que prevalecerá. O atual debate sobre a proposta do governo Lula para a política do petróleo do pré-sal, onde a questão ambiental está ausente, infelizmente apenas confirma esta asserção.

*Professor livre-docente do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP), coordenador da linha de pesquisa Energia, Sociedade e Meio Ambiente.

Notas de rodapé:

1 Cf. cálculos de Schaeffer e Horta, publicados no Jornal O Estado de São Paulo, de 28/5/2009.

2 Cf. IPCC-Intergovernmental Pannel of Climate Change, Quarto Relatório de Avaliação, fevereiro/2007. Esta avaliação estimou uma emissão de cerca de 234 bilhões de toneladas de dióxido de carbono entre os anos 2000 e 2006.

3 Cf. Meinshausen, M. et al. Greenhouse-gas emission targets for limiting global warming to 2oC. In: Nature, vol.458, 30/04/2009, pp. 1158-1162.

Censo Agropecuário e Agricultura Familiar

O incômodo Censo Agropecuário

Roberto Malvezzi (Gogó)*



O último censo agropecuário trouxe verdades incômodas que atiçaram a ira do agronegócio brasileiro. Afinal, a pobre agricultura familiar, com apenas 24,3% (ou 80,25 milhões de hectares) da área agrícola, é responsável “por 87% da produção nacional de mandioca; 70% da produção de feijão; 46% da de milho; 38% da de café; 34% da de arroz; 58% da de leite; 59% do plantel de suínos; 50% da de aves; 30% da de bovinos; e, ainda, 21% da de trigo. A cultura com menor participação da agricultura familiar foi a soja (16%). O valor médio da produção anual da agricultura familiar foi de R$ 13,99 mil”, segundo o IBGE. Quando se fala em agricultura orgânica, o percentual chega a 80%. Além do mais, provou que tem peso econômico, uma vez que é responsável por 10% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
O problema é que a agricultura familiar, além de ter menos terras, tem menos recurso público como suporte de suas atividades. Recebeu cerca de R$ 13 bilhões em 2008 contra cerca de R$ 100 bilhões do agronegócio. Portanto, essa pobre, marginal e odiada agricultura tem peso econômico, social e uma sustentabilidade muito maior que os grandes empreendimentos. Retire os R$ 100 bilhões de suporte público do agronegócio e veremos qual é realmente sua sustentabilidade, até mesmo econômica. Retire as unidades familiares produtivas dos frangos e suínos e vamos ver o que sobra das grandes empresas que se alicerçam em sua produção.
Mas a agricultura familiar continua perdendo espaço. A concentração da terra aumentou e diminuiu o espaço dos pequenos. A tendência, como dizem os cientistas, parece apontar para o desaparecimento dessas atividades agrícolas.
Porém, saber produzir comida é uma arte. Exige presença contínua, proximidade com as culturas, cuidado de artesão. O grande negócio não tem o “saber fazer” dessa agricultura de pequenos. E, bom que se diga, não se constrói uma cultura de agricultura de um dia para o outro. A Venezuela, dominada secularmente por latifúndios, não é auto-suficiente em nenhum produto da cesta básica. Exporta petróleo para comprar comida. Chávez, ao chegar ao poder, insiste em criar um campesinato. Mas está difícil, já que a tradição é fundamental para haver uma geração de agricultores produtores de alimentos.
O Brasil ainda tem – cada vez menos – agricultores que tem a arte de plantar e produzir comida. O Norte e Nordeste mais permeados pela tradição negra e indígena. O Sul e Sudeste mais permeados pela tradição europeia (italianos, alemães, polacos etc). É preciso, ainda, considerar a presença japonesa na produção de hortifrutigranjeiros nos cinturões das grandes cidades.
Preservar esses agricultores é preservar o “saber fazer” de produtos alimentares. Se um dia eles desaparecerem, o povo brasileiro, na sua totalidade, sofrerá com essa ausência. Para que eles se mantenham no campo são necessárias políticas que os apoiem ostensivamente, até mesmo com subsídio, como faz a Europa. Do contrário, se dependermos do agronegócio, vamos comer soja, chupar cana e beber etanol.

* Integrante da direção da Comissão Pastoral da Terra nacional (CPT)

(Os artigos publicados não reproduzem, necessariamente, a opinião do Ibase.)

Publicado em 23/10/2009.

BNDES e o impacto socioambiental

Desenvolvimento e meias-verdades: a quem desenvolve o BNDES?


No dia 25 de novembro encerrou-se, no Rio de Janeiro, o 1º. Encontro Lationoamericano dos Impactados pelos Projetos de Financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) – ou simplesmente o “Encontro dos Atingidos pelo BNDES”, reunião organizada pela Plataforma BNDES. Dele participaram cerca de duas centenas de pessoas – grupos, organizações não governamentais, ministério público e movimentos sociais – vindos de todo Brasil além de Colômbia, Equador, Bolívia e Peru. O tom dos debates foram os imensos impactos sociais e ambientais ocasionados pelo BNDES no seu afã de ser a locomotiva do desenvolvimento à Lula.
Esse banco é gigantesco em tudo. É detentor de uma carteira de financiamentos de bilhões de reais, e, hoje, é um dois maiores bancos de fomento à iniciativa privada do mundo - seus investimentos espalham-se não só pela América Latina mas também pela África, especialmente por Angola e Moçambique.
Banco do paradoxo, é ponta aparente de uma idéia de desenvolvimento que reconhece o papel central do Estado como seu promotor, distribuição de renda e diminuição das desigualdades regionais – sem dúvida um avanço em relação à mediocridade engravatada dos anos FHC. Por outro lado – aí está o paradoxo – não possui um traço do nacionalismo dos anos 1950 sendo o grande parceiro das transnacionais privadas e nacionais na implantação de grandes projetos muito mais interessantes ao grande capital que ao interesse público – sim, tenho dúvida sobre onde está o interesse público em investimentos como as usinas do rio Madeira que custarão cerca de R$ 14 bilhões ao Estado e retornarão cerca de R$ 300 bilhões em trinta anos para o consórcio privado financiado de “pai-prá-filho”.
“Atingidos”, sim o progresso “atinge” populações inteiras no sentido de impactá-las econômica e socialmente. Não é verdade que o “progresso” é linear e sempre “progressista”. Pelo contrário, muitas vezes – na maioria das vezes em se tratando do BNDES – o “progresso” representa interesses privados poderosos que, camuflados num discurso bom-moço de responsabilidade social e sustentabilidade, estão privatizando rios, terras,  sub-solo, derrubando florestas, deslocando populações, produzindo enclaves “desenvolvidos” como ilhas cercadas de abandono por todos os lados (como Tucuruí, Parauapebas, Manaus, Barcarena e por ao vai).

O custo tem sido muito alto e o benefício muito baixo.  Basta vocês irem a um desses oásis de progresso, por exemplo na Amazônia, para verem como as promessas de desenvolvimento não cumpridas estão causando frustração para as populações. 
Os empregos gerados num grande empreendimento tipo usina hidrelétrica seguem uma curva crescente e declinam bruscamente à medida que a obra vai chegando ao fim e, se enquanto elas ocorrem geram empregos, ao final tem-se um problema social muito grande. As cidades impactadas pelo “progresso”, por sua vez, afundam no atavismo, vivendo parasitariamente de royalties ou compensações às sociedades locais. Via de regra, não são pensadas alternativas de dinamização econômica, e dá-se continuidade a ideia de população vivendo do comércio e dos empregos públicos.

O BNDES é relapso quanto ao cumprimento de sua cláusula social, é cúmplice do trabalho escravo, do desmatamento da Amazônia e do Cerrado, finge que não é com ele que a legislação ambiental seja desrespeitada por seus financiados. O BNDES devia ter o mesmo enquadramento dos vendedores de armas que abastecem o tráfico nas favelas cariocas por enquanto é co-responsável por ser financiador da ilegalidade e dos impactos causados por seus financiamentos.

Certamente os economistas do BNDES vão mostrar suas planilhas e provar por A mais B que não é verdade, que isso não passa de mais um ataque entreguista e que o governo Lula tem que ser defendido a qualquer custo. Mas então vale a pena eles deixarem suas salas envidraçadas na Avenida Chile, de onde tem uma das visões mais bonitas da cidade do Rio de Janeiro, e ir pra lugares onde estão financiando o “progresso”. Que tal ir a Altamira e conversar com as populações que serão impactadas pela usina de Belo Monte? Que tal irem até Estreito conversar com o cidadão(ã) comum e não somente com os políticos e comerciantes? Que tal ir até Porto Velho e experimentarem ser ar neo-metropolitano, a festa antes da conclusão das usinas?
As atingidos têm propostas. A principal: transparência e diálogo. Nenhum dos movimentos ali presentes é contra o desenvolvimento, agora, todos querem qualificar o debate: que desenvolvimento é este? A serviço de quem ele está? Como ficam a questão dos impactos causados pelos financiamentos? E o controle social?

No dia 24, saí do Circo Voador em direção ao Largo da Carioca, quando dei por mim estava na frente da sede do BNDES. Há duas entradas para o prédio que convergem para uma aprazível praça cheia de plantas e bancos. Os portões têm mais de 20 metros de largura dando a impressão de que sua portaria se confunde com a rua. Estavam fechadas em plena terça-feira. Na frente, tapumes de ferro e um aviso de que era proibida a circulação de pedestres e entrada no banco só de funcionários com crachá. Um banco público de portas fechadas com medo dos atingidos. Real e metafóricamente.

*Sociólogo, consultor, militante da economia solidária.

(As opiniões das colunas não traduzem, necessariamente, posições do Ibase.)

Publicado em 04/12/2009.

Aquecimento incerto

Climategate levanta dúvidas sobre efeito do homem nas mudanças climáticas.


Líderes de cem países já confirmaram presença para a cúpula climática da Organização das Nações Unidas, que vai acontecer na próxima segunda, 7, em Copenhague. A discussão vai focar na redução das emissões de CO2, que segundo os ambientalistas, é o principal causador do aquecimento. Esta afirmação, no entanto, pode estar errada e os líderes mundiais podem ir a caminho de Copenhague com dados falsos.
Emails vazados mostram que o cientista Philip Jones, da Unidade de Pesquisa de Clima da University of East Anglia, retinha dados de suas pesquisas, e supostamente os manipulava para sustentar sua visão de que o aquecimento global é causado por mãos humanas. Jones – que se afastou do cargo em meio à crise que ganhou o apelido de “Climategate” – trocou mensagens eletrônicas com cientistas responsáveis por dois dos quatro índices nos quais a ONU se baseia para montar seu programa de mudança climática e também com o braço direito do ex-vice-presidente norte-americano Al Gore.
Entre os especialistas, a própria existência do aquecimento global é uma incerteza. O professor de Dinâmica do Clima na Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Molion é enfático: “o aquecimento é um mito. Todos os dados que temos apontam para um resfriamento nos próximos 20 anos”. Molion é também contra a conferência de Copenhague. Para ele, não passa de uma plataforma política, sem lugar para ciência.
O professor explica que os fluxos naturais de CO2 entre os oceanos, solos e vegetação somam 200 bilhões de toneladas por ano, com variação de 40 bilhões de toneladas a mais ou a menos. O homem, segundo ele, joga na atmosfera 6 bilhões de toneladas por ano. “Ou seja, as emissões do homem não passam de um erro, uma variação estatística, sem peso.” Molion afirma ainda que reduzir as emissões é o mesmo que deter o crescimento econômico necessário para o Brasil.
Molion faz uma importante distinção: emissões de CO2 e poluição são coisas diferentes. A poluição, pode vir, por exemplo, da queima de enxofre que sai do cano de descarga dos carros como ácido sulfúrico. “A poluição mata muito, só em São Paulo, são 80 mil pessoas por ano, principalmente idosos.” A incerteza sobre o aquecimento global não impede que se pense em mudanças na forma como o ser humano usa seus recursos naturais.
O professor Kenny Tanazaki, do Departamento de Análises Geoambientais da Universidade Federal Fluminense, acredita que precaução é o mais importante. “Caso o aquecimento não seja causado pelo homem, ainda assim estaremos arrumando nossa casa.”
O professor argumenta que mudanças de temperatura só podem ser verificadas com certeza depois de décadas de estudo e que, para ele, deve-se sempre trabalhar com o pior cenário possível. “Existe uma teoria de que o aquecimento global é inevitável, se não for, perder duas ou três décadas para agir pode ser fatal.”
Heitor Evangelista, professor de mudanças climáticas do Departamento de Biofísica da Universidade do Estado do Rio, aponta um dado importante: a curva de aumento de temperatura neste século não corresponde ao da concentração de CO2 na atmosfera. Para ele, até 1970 o aumento da temperatura pode ser explicado por “fatores terrígenos”, ou seja, sem a interferência do homem.
O problema, de acordo com Evangelista, é a dificuldade de se medir emissões e traçar projeções. Sobre os dados de Philip Jones – do Climategate – o professor afirma que a base do aquecimento global é um dado experimental, e qualquer cenário criado a partir destes dados é hipotético.


Caro leitor,
Existe uma histeria em torno das mudanças climáticas?
Um país deve reduzir emissões e prejudicar seu desenvolvimento econômico?
Com incerteza até sobre a existência do aquecimento, o que será de Copenhague?

Escrito por: Fábio Terra 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Início com Cara de Fim


Enviado por Míriam Leitão e Alvaro Gribel
17.1.2010 as 15h00m

Coluna no GLOBO



Foram apenas duas semanas, e o ano já parece velho. Enchentes, deslizamentos e mortes no Rio, em Angra, em São Luiz do Paraitinga alertaram para os riscos que a população urbana corre. Crise institucional na Argentina. Crise econômica e racionamento na Venezuela. Catástrofe no Haiti, país mais pobre das Américas, em dimensões não vistas em 200 anos.
O ano de 2010, que começou cercado de esperanças na área econômica, pesou de repente. A primeira semana foi dolorosamente ocupada pela morte e destruição das tempestades em várias áreas do Brasil. A segunda semana excedeu tudo o que se pudesse imaginar na pior ficção de terror. O mundo ainda não sabe como sair da tragédia do Haiti, que espanta a todos. “Desolação e impotência”, diz um jornalista dominicano que tem enviado informações por twitter de lá desde o primeiro momento, com fotos e palavras. Os relatos dos primeiros jornalistas brasileiros que conseguiram chegar lá são aterradores. Nada parece pior, e mesmo assim se teme pelo pior: uma revolta desesperada pode eclodir a qualquer momento no país que não tem como enterrar seus mortos, resgatar os soterrados, alimentar e dar água aos feridos. Um país que não tem estrutura sequer para receber ajuda.
Um sinal dos tempos extremos foi dado aqui neste jornal. A manchete de quinta-feira era “Desespero”. A de sexta-feira era: “Horror, fome e revolta.” A situação é tão limite que o mundo não tem alternativa a não ser superar todos os falsos obstáculos que sempre foram criados entre os países pela lógica mesquinha do cotidiano. Estados Unidos recebendo permissão do governo de Cuba para usar seu território é o que não se vê há 50 anos. A mobilização pública e privada começa a se formar em dimensão robusta.

Mesmo assim, a luz no fim do túnel tardará para o Haiti. “Hoje, somos todos haitianos”, escreveu em seu twitter a jornalista Kristie lu Stout, da CNN de Hong Kong, e imediatamente o texto foi retuitado no Brasil. O sofrimento dos haitianos terá que unir os países, eliminar distâncias, superar inimizades e mobilizar organizações e pessoas, porque seu abandono seria o fim da esperança. Se o Haiti não nos comover, nada mais comoverá o mundo.
Além disso, há uma lição prática a se tirar tanto dos desastres do Brasil do começo do ano como da tragédia do Haiti. O que o mundo tem visto com muita frequência é que não está preparado para qualquer evento extremo. Até o país mais rico do mundo pareceu extraordinariamente despreparado para o Katrina, quando o furacão vitimou Nova Orleans.
O que os cientistas estão dizendo é que eventos extremos — inundações, secas, furacões, tempestades violentas, deslizamentos — vão acontecer no mundo com mais frequência e mais rigor. Terremotos não são fenômenos da mesma natureza, como se sabe. São movimentos de placas tectônicas, para os quais, em alguns países mais ricos, como o Japão, e até a uma certa intensidade, consegue-se preparar o país. Impossível é se preparar para $da magnitude do que houve no Haiti. Ele foi assim tão letal pela pobreza do país. No Haiti, o que aconteceu foi o encontro de duas tragédias: um violento terremoto num país de privação absoluta. O que fica claro para a maioria das pessoas, só agora, é que o país tinha sido desamparado demais, por tempo demais. Só recentemente as Forças de Paz da ONU chegaram. O Brasil pode dizer que tem feito seu trabalho de comando das tropas internacionais com extrema diligência, tentando levar o mínimo a um país sem nada. E tinha feito tão bom trabalho que virou uma liderança no país sem nenhuma baixa em combate. As poucas perdas de vida antes do terremoto haviam sido atingidas por acidentes. Agora, o Brasil enlutado vê a volta de militares em caixões e, consternado, chora a morte de Zilda Arns, ícone da solidariedade e da vitória sobre a mortalidade infantil. O fato de que ela estava lá mostra que o Brasil sempre se importou com a tragédia haitiana. O mundo certamente subestimou o tamanho do desamparo do Haiti.

Mas o alerta dos cientistas não tem sido ouvido. Fenômenos naturais, mas agravados pelas mudanças climáticas, atingirão mais e mais populações. É preciso ter tecnologia, logística, treinamento para saber como evacuar áreas, como abrigar desabrigados, como receber expatriados. É preciso ter forças de paz cada vez mais treinadas, num mundo que perde ainda tanto tempo, recursos e vidas com os esforços de guerra.
O ano será de boas notícias econômicas que vão apagar um pouco a impressão desse chocante começo. A economia está retomando o nível de atividade no Brasil, e as notícias de aumento de investimento, recorde de vendas, crescimento da arrecadação vão ocupar cada vez mais as páginas da economia. Há preocupações com sinais de desequilíbrios em alguns países e em certos setores que podem trazer riscos de bolhas e sustos. O debate político-eleitoral vai criar suas polarizações e simplificações, principalmente a partir do segundo trimestre. Depois, virá a Copa do Mundo com sua torcida. Será um ano cheio de emoções.

Que desse impacto inicial do ano fique o melhor: a capacidade de multiplicar a solidariedade como nos ensinou Zilda Arns, a sabedoria de começar a preparar espaços urbanos para os eventos naturais mais rigorosos que certamente virão, um debate político que não se amesquinhe e procure soluções para os problemas do Brasil. O ano mal começou mas já nos indicou, com seus fatos extremos, o que é essencial na vida.